No dia 08/11/21, o Centro de Referência em Direitos
Humanos/AVESOL ministrou oficina, por plataforma on-line, sobre Direitos Humanos e Meio Ambiente para
artesãs de grupos de Economia Solidária integrantes da Rede Ideia, assessoradas
pela AVESOL. A oficina foi realizada por meio do edital de Fortalecimento de
Territórios financiado pela Fundação Luterana e Diaconia (FLD).
Iniciou-se a oficina sensibilizando as presentes sobre o
tema do Meio Ambiente e propôs três perguntas norteadoras da conversa: como eu
produzo? Como eu consumo? Como eu me desloco? A partir disso, debateu-se, a
partir de fotos e informações sobre a poluição mundial, as conseqüências dos
níveis atuais de produção e consumo para o meio ambiente e a saúde. Referiu-se
o impacto da atual produção de energia sobre o planeta, com o uso de
combustíveis fósseis e a emissão descontrolada de gases causadores do efeito
estufa.
Alertou-se para as conclusões do Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), das Nações
Unidas, divulgado em agosto de 2021, sendo o mais
abrangente e conclusivo documento sobre a crise climática. O Relatório foi
"um código vermelho para a humanidade", observando que "o
aquecimento global está afetando todas as regiões da Terra, com muitas mudanças
se tornando irreversíveis". Apontou-se os graves impactos climáticos que
já estão sendo gerados por conta do aquecimento global, com impacto maior, sobretudo,
nos mais pobres.
Ao depois, apontou-se a existência de acordos
internacionais, legislação nacional e local especifica para a defesa da
biodiversidade, reflorestamento e preservação ambiental. Dentre eles o
Protocolo de Kyoto, o Acordo de Paris, o Artigo 225 da Constituição Federal, a
Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Código Municipal de Limpeza Urbana de
Porto Alegre. Neste sentido, a conversa adentrou também sobre a COP 26,
realizada em novembro de 2021, e seus tímidos avanços, com o governo brasileiro
fazendo promessas de redução da emissão de gases de efeito estufa e de acabar
como desmatamento ilegal até 2030, o que foi visto com ceticismo pelas
presentes, dado o péssimo historio de práticas ambientais do atual governo
federal.
Frente a esse quadro, foi proposta reflexão sobre
desenvolvimento sustentável e novas práticas coletivas e individuais para
preservação do meio ambiente. Discutiu-se sobre transporte público, incentivo
ao uso de bicicletas, produção de alimentos por meio da técnica da agrofloresta
e as práticas de economia solidária empreendidas pelas participantes, com
incentivo ao consumo local, consciente, justo e sustentável. Ainda, o desafio
de se ampliar a gestão dos resíduos sólidos e a busca por um desenvolvimento
sustentável e humano foi pautado nas falas.
Por fim, as participantes manifestaram certa frustração ao
perceberem que a temática da preservação do meio ambiente, por mais que se faça
a conscientização e divulgação da sua importância, acaba sempre relegada pelos
governos, que nunca cumprem os acordos estabelecidos.
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