Os alunos, em sua
maioria, são venezuelanos, mas há cubanos e haitianos na turma, que tem se
mostrado muito acolhedora com novos alunos, bem como respeitado o tempo de
aprendizado de cada um. As pessoas voluntárias que ministram as aulas têm
formação em jornalismo e artes cênicas, possuindo, além da experiência com o
ensino da língua portuguesa, capacidades lúdicas e interativas com a turma.
Isso possibilitou um forte senso de união no grupo, aumentando a adesão destes
nas aulas.
Veja-se que não é fácil
para o público imigrante frequentar cursos de língua portuguesa, pois a
situação de vulnerabilidade de muitos impõe que escolham entre fazer uma
refeição ou melhorar sua fluência na língua. Mesmo com alguns morando longe do
local das aulas, a participação dos alunos tem sido frequente.
O material pedagógico varia
conforme a aula, tendo sido utilizado prioritariamente o livro base da ACNUR,
chamado “Pode Entrar: Português do Brasil para Refugiadas e Refugiados”. Foram
realizadas, também, aulas temáticas, nas quais os alunos fizeram uma salada de
frutas, enquanto iam aprendendo os nomes das frutas utilizadas. Durante as
aulas, são feitos exercícios de gramática e fonética com os alunos. Com as
crianças, o trabalho variou entre contação de história, modelagem com argila,
pinturas e atividades lúdicas com brinquedos.
As aulas são bastante
animadas, possibilitando uma riquíssima troca cultural e aprendizado para
todos. O trabalho com as crianças mostra como é importante vinculá-las para que
os pais e cuidadores possam se sentir também motivados a virem com regularidade
nas aulas. As crianças demonstram gostam de frequentar o espaço, tendo criado
uma relação de vínculo entre elas.
Outro ponto interessante
é a frequente troca de “vagas de emprego” entre o grupo, o que demonstra união,
pois todos querem estar empregados e felizes no Brasil. Assim, os alunos estão
sempre compartilhando ofertas de vagas de emprego e fazendo recomendações entre
si.
De uma maneira geral, as
aulas estão cumprindo com seu objetivo, pois o projeto de aulas de português
para imigrantes nasceu da necessidade atual e urgente de possibilitar maior
inclusão cultural, melhores oportunidades de emprego e renda, bem como acesso a
direitos de pessoas em situação de migração, morando em Porto Alegre/RS e
Região Metropolitana. Desse modo, pode ser afirmar que os cerca de 15 alunos
que frequentam as aulas todos os sábados estão obtendo sua proficiência na
língua portuguesa e adquirindo capacidades para enfrentar as situações
cotidianas da vida no Brasil.
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