terça-feira, 24 de maio de 2016

O anúncio do fechamento de 94 escolas feito pelo Governo do Estado de São Paulo, no mês de outubro de 2015, gerou a onda de ocupações por estudantes da rede estadual de ensino.  
 Seguindo este movimento, e incorporando pautas como precarização do ensino, apoio à greve dos professores, contrariedade ao PL 44/2016 e ao Projeto “Escola sem Partido”, os estudantes da rede estadual do Rio Grande do Sul iniciaram dia 11 de maio ocupações em diversas escolas, chegando ao significativo número de 112 até o dia 19.
 Por isso, nesta semana a equipe do CRDH começou a percorrer algumas escolas estaduais em Porto Alegre ocupadas por seus estudantes, para apresentar o CRDH e se colocar à disposição para realizar atividades sobre direitos humanos, atendimento individuais ou mesmo para contribuir na divulgação e interlocução com coletivos apoiadores.
 A organização e a consciência política dos estudantes inspira. Nas escolas que visitamos (Costa e Silva, Julinho, Paula Soares, Roosevelt, Protásio Alves), as direções apoiaram o movimento e os estudantes organizaram, autonomamente, diversas comissões temáticas para dar conta de todas as responsabilidades e dificuldades inerentes deste tipo corajoso de ativismo e ação direta: comissões de comunicação, segurança, alimentação, limpeza, atividades culturais, etc.
 Os portões permanecem fechados e quem não é estudante precisa registrar entrada e saída. As principais deliberações são tomadas em assembleia e a comunicação é feita principalmente pela internet ou por representantes escolhidos para dialogar com a imprensa. Alguns pais e mães, além de servidores e professores, passam a noite com os alunos e contribuem na organização.
 Rapidamente, diversos indivíduos e coletivos têm prestado solidariedade e apoiado os estudantes, seja com doações de alimentos, plantão jurídico ou com a “doação” de atividades culturais, como oficinas artísticas, aulas abertas e rodas de discussão.
 O CRDH realizou, na última quarta-feira, atividade no Colégio Estadual Presidente Costa e Silva, no bairro Medianeira. Neste colégio que os alunos, em ato simbólico, homenagearam o estudante Edson Luis de Lima Souto, morto aos 18 anos em 1968, durante a ditadura civil-militar, no governo do então presidente Arthur da Costa e Silva. A atividade consistiu em dinâmica sobre identidade, privilégios e desigualdade racial, abordando temas como cotas e políticas públicas e sociais.
 Em nota oficial, a Secretaria Estadual da Educação do Rio Grande do Sul afirmou que buscará conhecer as reivindicações e que não tratará as mobilizações dos estudantes secundaristas como caso de polícia, mas como pauta da área da educação.
 O CRDH permanecerá atento aos desdobramentos das ocupações, procurando oferecer atividades e monitorando possíveis violações de direitos humanos dos alunos envolvidos. 




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