Com a atividade cultural “África é Aqui”, por ocasião do mês da Consciência Negra, o CRDH-Avesol encerrou as atividades de 2018 no Bairro Mario Quintana, na Zona norte do Porto Alegre. Realizado durante toda a terça-feira (27), na Escola Municipal Wenceslau Fontoura, o evento teve a participação de mais de 200 pessoas, que contaram com oficinas, apresentações artísticas, feira de economia popular solidária e bate-papo sobre Direitos Humanos.
Durante o ano, alunos da escola e moradores da região participaram de diversos encontros promovidos pelo CRDH, em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Cidadania. Os temas trabalhados englobam os eixos de cidadania, minorias, criança, jovem e adolescente, gênero e meio ambiente. A atividade de encerramento contou mostra de trabalhos e arte realizada pelo povo negro, oficinas de maracatu, midialivrismo, hip-hop, dança de rua e afro e de ritmos, além das apresentações dos grupos Tambores de Rua e Restinga Crew.
Parcerias que mudam a história da comunidade
O trabalho na comunidade é de fundamental importância para promover a consciência dos sujeitos nas comunidades da capital gaúcha. A supervisora pedagógica da escola, Alda Silveira, avalia positivamente as ações realizadas durante o ano, que culminaram nesse dia de encerramento. “Aqui estudam filhos e filhas de trabalhadores. É um bairro grande de Porto Alegre, que precisa de apoio cultural e em todos os sentidos. A gente é muito feliz de ter encontrado a Avesol, um grupo muito legal. O evento foi bem bonito, esperamos que nos próximos venham mais parcerias,” avalia.
A Ong Sociedade União da Vila dos Eucapiltos – SUVE foi uma das parceiras na realização do evento. O grupo nasceu na própria comunidade do Bairro Mario Quintana e está articulado na rede de promoção de Direitos Humanos, atuando nos arredores através da educação infantil, artes, oficinas culturais, defesa dos direitos humanos, informação, comunicação, esporte e proteção ao meio ambiente.
Como forma de dar visibilidade à importância do povo negro na constituição da cultura brasileira e de promover a autoafirmação na comunidade, a Ong Haja Luz esteve presente com exposição e contação de história afro-brasileira. A Isabete Almeida estava no estande da Ong e, com reproduções de pinturas realizadas por negros da época da Semana de Arte moderna, exemplificou: “Atuamos em escolas e comunidades com esse tipo de material que mostra que desde aquela época o negro era excluído, para mostrar aos alunos que desde lá tinham negros trabalhando e produzindo, mas não eram reconhecidos.”
O DJ Mário, da rádio Mídia Di Vila, outra apoiadora da atividade, ofereceu uma oficina de midialivrismo, juventude e hip-hop. Nela, foi trabalhada a perspectiva de que cada pessoa pode gerar sua própria informação. “No caso do bairro, incentivamos as ferramentas de comunicação para desmistificar a ideia que a mídia tradicional passa da nossa comunidade, que diz que é só um reduto de marginais. Com essa oficina a gente vem mostrar que não, que temos ações positivas, culturais e educativas que influenciam positivamente a vida desses jovens”, comenta o DJ.
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