A
importância do trabalho das catadoras e dos catadores de Resíduos Sólidos tem
impactos, tanto ambientais quanto sociais, que podem definir a qualidade de
vida de trabalhadoras e trabalhadores de uma região. Frase que resume a jornada
da presidente da cooperativa de catadores que assume como Vereadora pelo
Partidos dos Trabalhadores (PT) da cidade de Giruá, Ilaine Lamb, que conta sua
história de trabalho com a catação até a atual posição no legislativo do
município que fica à 474 quilômetros de distância da capital gaúcha, Porto
Alegre. De origens humildes, ela contou como começou o seu percurso saindo de
auxiliar de limpeza, para catadora trabalhando no setor privado até a fundação
e trabalho com a Coopervida.
Ilaine
começou a trabalhar com Materiais Recicláveis há nove anos. Depois de trabalhar
com faxina, ela iniciou sua jornada no setor privado durante dois anos e meio
numa empresa que foi comprada pela Cooarlas, tornando-se filial da cooperativa cuja
matriz fica na cidade de Canoas. Nessa cooperativa, ela trabalhou por mais três
anos. Durante esse período, ela estudou o curso Técnico em Meio Ambiente. A
co-vereadora se viu desempregada quando a filial fechou. Durante um longo
intervalo, ela não conseguia possuir nenhum tipo de renda para cobrir a sua vida.
Foi quando Ilaine volta a procurar seu sustento na catação e, com mais outros
dez trabalhadores, fundam a Coopervida - Cooperativa de Trabalho Reciclando
pela Vida Ltda. Outras oportunidades, fora do trabalho com Resíduos Sólidos,
chegaram para Ilaine, oportunidades que tinham salários mais robustos, mas ela
já se encontrava envolvida com a vida dos cooperativados e já percebia a
importância do que fazia para o próximo. Sua escolha foi óbvia, ela decidiu
ficar.
No
início, a sociedade solidária contava com apenas um contrato com a prefeitura
para trabalho. Ao longo dos anos, a batalha que iniciou com esse contrato e
onze catadores aumentou para oito que atendem não somente Giruá, mas, também,
os municípios de São José do Inhacorá, Tuparendi, Santo Cristo, Porto Mauá,
Porto Vera Cruz, Sete de Setembro e Santa Rosa. Com o aumento da demanda, mais
dezenove cooperativados se uniram ao trabalho da Coopervida. Nos quatro anos de
existência, a renda média do trabalhador do empreendimento mais do que dobrou,
passando de R$400,00 para R$1.000,00.
Impacto
ambiental e social marcam a vida de Ilaine Lamb que entra no mundo da política
como co-vereadora com o objetivo de estender essa batalha e marcá-la
definitivamente no município. Entre suas propostas, está a de Declarar a
Coopervida como Bem de Utilidade Pública da cidade de Giruá e ampliar a
educação ambiental no município. No momento atual da pandemia, suas propostas
estão esperando pelas ações emergenciais de proteção e contenção do vírus para
que possam começar a serem debatidas em plenário. Continuidade que é garantida
pelo titular do mandato, o Vereador Milton Rosa pelo PT.
Ilaine
Lamb mostra que seu trabalho é imerso em noções de Economia Solidária e
cooperativismo e que seu trabalho, junto com o Rede Ideia na AVESOL, geram um
impacto ambiental positivo crescente representado pelo aumento de trabalho e
área de atuação da Coopervida e um impacto social positivo ao dar visibilidade
e orgulho aos catadores e gerar renda a um número crescente de famílias desfavorecidas
pela injustiça do sistema. A co-vereadora procura aumentar ainda mais o número
de cooperativados. Pois quer que o maior número possível de pessoas possa obter
a renda que também ganha volume ao passar do tempo, provando que o trabalho
solidário gera frutos e que precisa, urgentemente, o total reconhecimento real
de sua importância pela sociedade. Viva as catadoras e catadores como Ilaine
Lamb!
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