No dia 12/11 de 2019, o Centro de Referência em Direitos
Humanos-AVESOL ministrou oficina no 3º Congresso de Direitos Humanos e Migrações
Forçadas: migrações, xenofobia e transnacionalidade, do Serviço
de Assessoria em Direitos Humanos para Imigrantes e Refugiados (SADHIR) da Escola de Direito da PUCRS, participando da mesa de
debate intitulada “A atual política migratória do Brasil e os desafios da
sociedade civil na acolhida humanitária.” Participaram da mesa de debates
Januário Gonçalves (Presidente regional da ONG “África do Coração”) e Bárbara
Bruna de Oliveira Simões (Advogada voluntária do GAIRE - Grupo de Assessoria a
Imigrantes e Refugiados).
O CRDH/AVESOL realizou a
exposição do tema “Migração, Vulnerabilidades e Controle” para uma plateia de
cerca de 100 pessoas presentes no Auditório do Prédio 11 da PUCRS, Porto
Alegre/RS. Após apresentar aos presentes o trabalho realizado pela AVESOL, que
perpassa a Economia Solidária, o Voluntariado e a promoção e garantia de
direitos por meio do Centro de Referência em Direitos Humanos, expôs-se as
principais questões sobre a atual política migratória no Brasil. Com base nos
registros migratórios feitos pela Polícia Federal, apontou-se os números da
realidade migratória, que foi intensificada a partir de 2017 com a migração
venezuelana.
Em relação ao público imigrante, aduziu-se os
direitos fundamentais e sociais (arts. 5 e 6 da Constituição) previstos a todos
brasileiros, que também são garantidos aos estrangeiros. Salientou-se a
existência da lei 7716/89, que prevê a punição da pratica de racismo, ou seja, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito
de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Ao depois,
referiu-se as mudanças no tratamento da migração com a Nova Lei da Migração,
Lei 13.445/2017, que revogou o vetusto Estatuto do Estrangeiro de 1980, bem
como a manutenção da Lei de Refúgio (Lei 9474-97).
Em seguida, aduziu-se as principais
vulnerabilidades identificadas no contexto da migração no Brasil, tais como
idioma, falta de informações, moradia, emprego (trabalho), revalidação de
diplomas, acesso a serviços de saúde, discriminação (cultura, tradições),
burocracia (acesso a serviços básicos) e a falta de referências, principalmente
com serviços públicos que mudam constantemente. A oficina serviu para reafirmar
o direito humano básico que é o direito à migração.
Por fim, conclui-se que
os fenômenos migratórios acabam sendo lócus privilegiado para as tecnologias de
controle biométrico serem testadas como mecanismo de controle dos corpos, o que
produz diversas violências, principalmente nas fronteiras. Fez-se relação entre
a liberdade que tais tecnologias permitem aos cidadãos incluídos na lógica
neoliberal de permitir fluidez de mercadorias, enquanto controle, marca e
exclui toda uma classe de indesejados e banidos.
0 commentário:
Postar um comentário
Comentários com expressões ofensivas serão excluídos.