No dia 3 de julho, quarta-feira, o CRDH realizou a segunda edição do
“Sarau Capoeira com Direitos”, em parceria com o Grupo Olùfé Capoeira do nosso
voluntário, o contra-mestre Marcelo. O tema proposto para as intervenções
artísticas foi o Dia Internacional da Mulher Negra Latino A mericana e
Caribenha, comemorado em 25 de julho.
A data foi instituída a partir do 1º Encontro de Mulheres
Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado pela Rede de Mulheres
Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas em 1992, em Santo Domingo, na
República Dominicana, em reconhecimento às contribuições de luta e resistência
da mulher negra à escravidão e ao racismo no continente e pela necessidade de
se discutir as desigualdades raciais e de gênero de maneira interseccional, que
colocam a mulher negra em desvantagem na sociedade mesmo em relação à mulher
branca.
No Brasil, a Lei n° 12.987/2014, sancionada pela Presidenta Dilma,
instituiu no dia 25 de julho o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher
Negra, em consonância com a data internacional e prestando homenagem à “Rainha
Tereza”, como ficou conhecida líder quilombola. Tereza viveu no séc. XVIII no
Vale do Guaporé, hoje Mato Grosso, e liderou o Quilombo de Quariterê, após seu
companheiro, José Piolho, ser morto por soldados. O lugar abrigava mais de 100
pessoas, com aproximadamente 79 negros e 30 índios. O quilombo resistiu da
década de 1730 ao final do século. Tereza foi morta após ser capturada por
soldados em 1770.
Enquanto o projetor passava imagens e textos de mulheres negras ícones
culturais e referências no enfrentamento ao racismo, tanto do passado como do
presente, como Aqualtune, Dandara, Carolina de Jesus, o sarau passou a receber
intervenções das pessoas presentes, com roda de capoeira, vídeos sobre a história
da data e leitura de poesias.
Foram distribuídas poesias de poetisas conhecidas nacionalmente (ou nem
tanto, considerando que o próprio ensino e cultura colocam as contribuições da
mulher em papel subalterno) para as pessoas recitarem. Além disso, contamos com
expressões autorais de mulheres que estiveram presentes, como a capoeirista
Mariana, do Grupo de Capoeira Angola Áfricanamente, e de Lilian Rocha, do
Sopapo Poético, que leu poesias suas publicadas em livro.
Para aquecer a todas e todos, foi servido um delicioso caldinho de
feijão!
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