Durante uma tarde ensolarada,
no dia 30/09/2016 realizamos oficina sobre "Direitos
Humanos e Educação
Infantil" com 12 educadoras da Escola de Educação Infantil São
Guilherme - Partenon/POA. Estávamos diante de trabalhadoras comprometidas com a
educação e processos pedagógicos transformadores, no entanto, fragilizadas
pelas situações de violência encontradas no cotidiano de trabalho. Neste
sentido, entendemos a necessidade de promover um momento de mística (vivência) entre as educandas como forma de sensibilização, troca de
afetos e compartilhamento de saberes. Sendo o mês das crianças, porque não
brincarmos também? Por isso provocamos um momento lúdico de resgate de uma
infância passada em que cada uma pode retornar a um tempo vivido, buscando
sentidos e referências pessoais para o trabalho com as crianças. Instantes
que trouxeram largos sorrisos e muita
conversa. A ideia central era promover uma "troca de lugares", onde
as educadoras pudessem se pensar como as crianças que estas atendem, buscando
entender de que forma elas se expressam, brincam e se relacionam. Ao serem
questionadas sobre o papel delas na educação das crianças, de forma
unânime nos relataram sobre as dificuldades de relacionamento
entre escola (educadoras) e familiares
dos/as educandos/as, produzindo sentimentos de desvalorização e
impotência. Momento oportuno para falarmos sobre formas de violências,
seus reflexos e impactos na vida das crianças, reconhecendo as diferenças socioculturais como forma
de compreender que, conceitos e valores
são produtores de distintos sentidos para cada pessoa e/ou grupo
social.
E como forma de explorar potências, pedimos
às educandas que
construíssem um mapa do território, indicando todos serviços públicos (ou
não) existentes no bairro, apontando aspectos positivos e negativos da região.
Esta dinâmica proporcionou troca de saberes entre elas, bem como, um pensar
sobre possíveis articulações em rede, enquanto estratégia de fortalecimento
dos vínculos entre os membros da comunidade escolar (escola, mães, pais,
responsáveis). E neste movimento contraditório de
fragilidade x fortalecimento, encontramos mulheres e jovens,
dispostas a enfrentar as violências cotidianas visando a garantia de uma
educação infantil transformadora e libertadora.
Por fim, quanto
a nós do CRDH, ao atendermos educadoras comprometidas com uma educação de
qualidade, fortalecemos também nossa luta pela defesa dos
direitos humanos enquanto, direito à vida. E nesta
ciranda da vida, todos cirandamos de mãos dadas, coletivamente,
buscando garantir o direito de crianças a viverem uma vida sem
violência. Gratidão!
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