Nos dias 30/10, 22, 23, 27 e 28/11 de 2017, o Centro de
Referência em Direitos Humanos-AVESOL realizou 5 oficinas sobre Direitos
Humanos e Cidadania para mais de 100 jovens, entre 14 e 21 anos, atendidos pela
Ensino Social Profissionalizante (ESPRO), em Porto Alegre/RS.
O objetivo das oficinas
foi promover a reflexão nos jovens sobre a importância do respeito aos
Direitos Humanos para o exercício pleno da cidadania, bem como desconstruir certas visões arraigadas no senso comum sobre o conceito de Direitos Humanos.
Após breve conceituação
sobre as gerações de Direitos Humanos e onde estas se encontravam em nossa
Constituição Federal, bem como as principais legislações que asseguram estes direitos, como Código Eleitoral, Código
Penal, Código de Processo Penal, Declaração Universal de Direitos Humanos de
1948, ECA, Estatuto do Idoso, da Pessoa com Deficiência, do Índio, do
Consumidor, da Igualdade Racial, da Terra, das Juventudes, Lei Maria da Penha e
as leis do SUAS e do SUS, viu-se que, em geral, tais direitos não são
plenamente garantidos.
Mesmo assim, os jovens
demonstraram grande interesse pela temática e fizeram diversos questionamentos
sobre temas polêmicos. Neste sentido, em todos os dias de formação, houve
jovens que questionaram o tratamento dado aos estupradores e pedófilos,
apontando-se a pena de morte como possível solução. Com isso, debateu-se temas
como a seletividade penal, a função das penas e o atual sistema carcerário
brasileiro. Ainda, como contraponto à defesa de penas mais duras e até à pena
de morte, mostrou-se os riscos de se condenar pessoas inocentes e a alternativa
da justiça restaurativa, que prevê mais voz às vitimas, maior eficácia e
efetividade em se restaurar os laços sociais rompidos. Porém, chamou atenção
que, quando apresentada a justiça restaurativa, muitos falavam que era utopia,
que só no Canadá dava certo, porque lá é país de primeiro mundo, diferente do
Brasil. Contudo, indagou-se: que país queremos construir? Temos que olhar os
bons exemplos e tentar segui-los, e não os que não têm dado certo em nenhum
lugar do mundo.
Chamou atenção, também,
que alguns jovens falaram sobre aborto e o poder que a bancada evangélica tem
no Congresso nacional, legislando sobre pautas morais que não são, nem de
perto, consenso na população.
Em suma, houve grande
participação dos jovens na atividade, os quais questionaram diversos aspectos sobre
o conceito de direitos humanos e fizeram questões polêmicas relacionadas ao
tema. Por fim, inegável concluir que refletir com os jovens o conceito de
Direitos Humanos, apresentando uma visão histórica, esclarecendo e
instigando dúvidas, ajuda, não só na garantia destes direitos, mas também, desconstrói alguns mitos e sensos comuns muito propagados hoje em dia sobre o
verdadeiro valor e alcance dos Direitos Humanos, promovendo relacionamentos
mais saudáveis e contribuindo para a construção de uma sociedade mais tolerante
e igualitária entre todos.
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