Apesar de
todos os avanços obtidos com a luta das mulheres na conquista de direitos,
ainda são rotineiras as situações de violência contra as mulheres. Todos os
dias, no Brasil e no mundo, milhares de mulheres são espancadas, agredidas,
desmoralizadas, estupradas, assediadas, enfim, vilipendiadas de todas as
maneiras possíveis e inimagináveis.
A violência,
que não é apenas física, também é psicológica, cultural e social. Veja-se, por
exemplo a discriminações que ainda persistem no mercado de trabalho, que se
manifesta até mesmo na escolha profissional. Pois ainda se convive coma
percepção de que certas profissões são exclusivamente femininas (em áreas como
Educação, Saúde, serviços domésticos, entre outras), de modo que quando as
mulheres optam por profissões consideradas “masculinas” (em áreas como
transporte, segurança, engenharia...) são estigmatizadas, com prejuízos para
sua remuneração, sociabilidade e realização profissional.
A violência a
mulher ganhou em complexidade na contemporaneidade. Isso acontece quando de um
lado a própria imagem da mulher é alvo de desumanização através de sua
hipersexualização. Objetificada, a
mulher torna-se mercadoria. Apenas um corpo oco de sentimentos e emoções pronta
para servir a lascívia masculina. Um objeto de desejo que impõe um padrão de
beleza inalcançável, que apenas produz frustração, depressão e baixo-estima
generalizado. Ao lado da hipersexualização, valores conservadores são incutidos
desde a infância nas mulheres para que sejam
dóceis donas de casa, boas mães, fieis e sexualmente recatadas. A condição
feminina, o ser mulher, encontra-se em um verdadeiro simulacro de exigências
contraditórias, desencadeando uma brutal opressão psicológica.
Praticada
cotidianamente, em diversos âmbitos, portanto, a violência a mulher parece
estar enraizada nos costumes e tradições sociais. Mulheres pobres, negras,
imigrantes de regiões periféricas, sem dúvida são as maiores vítimas do
preconceito. A falta de acesso a informações sobre seus próprios direitos, somada
a uma sociedade desigual onde predominam valores classistas, racistas,
machistas e patriarcais, criam severos obstáculos nas lutas feministas por mais
reconhecimento, dignidade, justiça e igualdade de gênero.
Apesar do cenário sombrio, a luta das mulheres, no entanto,
não pode parar. O dia 8 de março não é apenas uma homenagem as mulheres
assassinadas em uma fábrica de Chicago por melhores condições de trabalho. O
dia 8 de março é o dia da mulher, é o dia em que as mulheres devem lembrar que
apenas juntas e organizadas poderão mais.
Parabéns para todas as Mulheres no Mundo!!!
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