Carta
ao Povo Gaúcho
Há 14 anos vem sendo realizada em
Porto Alegre a Feira Estadual de Economia Popular Solidária organizada por
entidades de apoio, empreendimentos solidários e fóruns de economia solidária,
desde 2005 no Largo Glênio Peres em Porto Alegre. As feiras da economia
solidária contam com oficinas de artesanato, segurança alimentar e formação,
abordando temas como: a valorização do ser humano, o cuidado com o meio
ambiente, sustentabilidade econômica, envolvendo diretamente 100
empreendimentos. Os empreendimentos se desafiam e passam a orientar as suas
relações de trabalho e de convivência por relações de
solidariedade e de cooperação, de respeito pela diversidade e pela pluralidade
das diferentes formas de organização social e econômica. Os grupos e
empreendimentos que nas suas atividades de produção, comercialização e consumo
se orientam por princípios e objetivos de solidariedade, de cooperação,
respeito e preservação dos recursos naturais passam a experimentar e afirmar
que é possível organizar e relacionar-se econômica e socialmente baseado em
princípios democráticos, autogestionários e solidários.
Desde o ano de 2009, na realização
da X edição da Feira Estadual a Prefeitura de Porto Alegre, responsável por
este espaço público, vem dificultando em todos os níveis a realização da Feira
Estadual. Em um primeiro momento alegaram que em função da reforma no Mercado
Público e no Largo Glênio Peres não seria permitido realizar atividade nenhuma
no local. No entanto outros eventos de cunho comercial, promoção, festividades
foram realizados, deixando transparecer falta de entendimento dos órgãos
públicos sobre a importância da Economia Solidária para um desenvolvimento
econômico sustentável.
Desde os fatos ocorridos o Movimento
de Economia Solidária, vem realizando mobilizações, tentativas de diálogo com a
Prefeitura de Porto Alegre. No dia 19 de dezembro de 2011, a Câmara Municipal da
Capital aprovou às pressas uma emenda dos vereadores Bernardino Vendruscolo
(PSD) e Nelcir Tessaro (PSD) que exclui a Feira Estadual de Economia
Solidária do Largo Glênio Peres.
No dia 15 de maio de 2012, o movimento de economia solidária juntamente com
demais movimentos sociais entregou um abaixo assinado ao Procurador Geral do
Estado, afirmando a inconstitucionalidade da lei. O movimento de economia
solidária está sem espaço para realização das Feiras Municipal de Economia
Solidária de Porto Alegre e da Feira Estadual de Economia Solidária.
Durante
o processo de articulação e mobilização, o movimento teve o apoio da
SESAMPE\DIFESOL, Secretaria da Economia Solidária e apoio a Micro e Pequenas
Empresas, buscando um dialogo institucional com o Governo Municipal.
Entre as tratativas de dialogo com o governo Fortunati,
fomos recebidos no dia 12 de julho de
2012, nessa agenda o executivo nos apresentou uma proposta: de buscarmos as
lideranças das bancadas na Câmara Municipal de Vereadores, e se conseguíssemos
o total de 23 assinaturas, liberando o executivo para a realização da Feira,
mesmo não estando na Lei a feira aconteceria, essa era a proposta política do
prefeito para a comissão e para o movimento. A comissão se mobilizou, foi a
campo, buscamos as 23
Carta ao
Povo Gaúcha – distribuída durante mobilização do Movimento de economia
solidária, reivindicando o espaço do Largo Glênio Peres – 2012.
assinaturas
com os\as vereadores\as, pontuando os apoios que tivemos durante a busca de
assinaturas, contamos com o apoio da Vereadora Sofia Cavedon( PT), vereadora
Maria Celeste(PT), Vereadora Fernanda e vereador Pedro Ruas( PSOL).
A
AVESOL se fez presente nessa busca das assinaturas, com um olhar para o todo da
economia solidária, que é isso que se espera minimamente das entidades de apoio
e fomento. Com as 23 assinaturas em mãos, começamos a busca de uma nova agenda
com o executivo municipal para então entrega-las ao prefeito e buscar o compromisso político
assumido na primeira reunião.
No
dia 01\09\12, estivemos mais uma vez em reunião, onde as assinaturas dos 23
vereadores\as liberariam o executivo para a realização da feira, com isso o
prefeito nos informou da liberação do espaço do Glênio Peres para a realização
da 14ª Feira Estadual de Economia Popular Solidária, a comissão e toda a EPS do
Rio Grande do Sul esta mais uma vez com o compromisso de realizar mais uma
grande feira, com seus diferenciais, com a proposta de outra economia é sim
possível e esta, esta acontecendo a cada dia, com cada um e cada uma...
Uma
Outra Economia é Possível!
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